31 outubro 2007

O Deserto

O telefone do quarto do hotel tocou. Eu ainda no banho corri para atender. Era o recepcionista informando que meu carro havia chegado e estava a disposição para quando quisesse partir.Sempre tive vontade de conhecer a paisagem entre o Egito e Israel. Queria aproveitar a paz que reinava entre árabes e judeus para fazer essa viagem, sozinho, sem ter ninguém me atormentando ou reclamando. Comprei um BMW novo no Cairo e chequei bem as condições do ar condicionado, do rádio e toca fitas e apesar de novo mandei a agência fazer uma revisão, um check up completo. Não queria ter nenhum transtorno, apesar de que a viagem de 400 quilômetros não era tão longa assim.Reuni minha bagagem e preparei uma valise com itens que certamente iria necessitar na viagem: Uma caixa de Dunhill, duas garrafas de champagne, um litro de whisky 20 anos, dois pacotes de torradas francesas e uma lata de caviar. Apesar de saber que só iria dirigir e parar em algum ponto para lanchar levei também um volume de Oscar Wilde, Collected Plays by Oscar Wilde. Imprescindíveis lenços de papel e uma frasqueira com gelo e água mineral.O carregador veio buscar a bagagem, deixei-o descer primeiro. Não ficaria bem descer no mesmo elevador que o serviçal. Logo chegou o outro elevador O administrador e o Maitre du Hotel estavam plantados à porta para despedirem-se, com o sempre sorriso falso e maneiras solícitas, as quais odeio.Estava usando um a calça de linho puro, branca, e uma camisa fina de algodão. Òculos escuros e um chapéu panamá, genuíno da Colômbia. Impossível não pensar em um chapéu para o trajeto que faria. Amarrei a cara e despedi-me dos dois dirigindo-me a saída. O carro já estava a postos e o motorista da agência me aguardava com a porta aberta e a porta malas também aberto. Recebi as chaves e cuidei a forma que o carregador acomodava meus pertences no bagageiro. Dei uma nota de dez libras para cada um, entrei no carro e segui meu caminho me perdendo nas ruelas até encontrar a estrada para El Qantara. Não queria ir por Suez para poder chegar em Israel e logo pegar o litoral para Tel Aviv e de lá seguir para minha residência de verão em Kfar Saba. Em outros tempos não faria um caminho tão próximo a Faixa de Gaza, tinha a certeza que atravessando a fronteira do Egito com Israel estaria seguro com as patrulhas do exército israelense no território vizinho, ocupado pelos Palestinos mulambentos.A cidade foi diminuindo, as casas foram ficando mais distantes umas das outras. A paisagem começava a ficar desolada, somente formações rochosas frágeis e areia. Ainda era cedo e a estrada foi ficando muito esburacada com falhas imensas no asfalto. Aqui e ali encontrava uma cabana de nômades esfarrapados em camelos mal tratados, muito diferente da visão hollywoodiana.Já estava a duas horas de viagem passando aqui e ali por vilarejos empoeirados, perdidos na imensidão da paisagem insólita do deserto. Pensei em parar em El Qantara, mas a visão de restaurantes sebentos e gente feia me impediu de entrar na cidade. Faria uma parada logo depois para um cálice de vinho e umas torradas com caviar.O rádio não tinha nada de importante, música só em árabe com aquele ritmo enfadonho de sempre, a mesmice de sempre. Coloquei uma fita de com os Concertos de Brandenburgo de Bach e segui acompanhando a paisagem monótona e pensando na infeliz idéia de viajar de carro neste fim de mundo, sem nada, só a mesma paisagem, a mesma cor cinzento amarelado todo o tempo.No horizonte vi que tinha uma pequena elevação como uma colina diminuta. Fui aproximando, ao chegar estacionei o carro no que um dia fora acostamento e sai para degustar meu almoço. Ao abrir a porta senti um bafo quente, como se estivesse abrindo um forno de olaria. Abri a frasqueira e retirei cuidadosamente uma garrafa de água, na outra valise abri o pacote de torradas, saquei os talheres e abri a lata de caviar. A água me refrescou. Enchi uma taça de vinho e dei uma pequena volta ao redor para ver o que tinha ali: Nada, o deserto sumia no horizonte e o asfalto terminava logo à frente.Terminei, meu pequeno lanche e segui viagem. Incrível: Não cruzei por nenhuma automóvel desde que sai do Cairo. Rodei mais sessenta quilômetros em direção a Fronteira, apesar de não ter asfalto, a estrada não estava tão ruim. Deixava um longo rastro de poeira atrás de mim.Estava tranqüilo, dirigindo, fazendo meus planos de passar um ano em minha Vila na Itália e contratar uns modelos de Nova Iorque para me servir sexualmente. Precisava ligar imediatamente, ao chegar para meu agenciador e escolher os rapazes mais bonitos e certificados. Não costumo sair sem que a pessoa seja certificada tanto no aspecto de saúde como a checagem de endereço, família etc... Odeio imprevistos, falta de higiene, gente mal educada, enfim meu agenciador já sabe de todas as minhas exigências e ganha muito bem para isso. Prefiro os garotos Norte-americanos, falam inglês e na maioria são universitários, saudáveis. O agenciador está ciente que não suporto negros, morenos, pardos, hispânicos, orientais ou mestiços, quero caucasianos.Certa vez o agenciador sorriu no canto dos lábios quando disse eu que só queria caucasianos. Fiquei imaginando seu pensamento "Um baixinho desses, sem graça, com tantas manias e exigências". Não foi necessário que ele falasse. Apenas perguntei se ele faria como eu queria ou era necessário que eu procurasse outro agente. Ele imediatamente recompôs a expressão e recebeu o dinheiro e a gorjeta polpuda de sempre. Faço questão de pagar adiantado, sempre. Se não for como eu quero eu perco o dinheiro, mas o sujeito some...O carro foi perdendo velocidade, eu acelerava e não tinha resposta do motor, não compreendia o que estava acontecendo. Imediatamente começou a fazer calor e verifiquei que o ar condicionado não estava funcionando. Desci os vidros. O ar quente entrou e o carro foi aos poucos parando. Ali naquele fim de mundo...Sai do carro e olhei em volta, à frente uns 800 metros parecia ser uma construção, talvez um posto de gasolina, perdido. Atrás havia uma colina que impedia que eu enxergasse mais além. Já tinha tentado dar partida várias vezes e estava receoso de acabar com o pouco de carga da bateria. Não abri o caput do motor, não adiantaria. Não entendo nada de mecânica e não saberia o que procurar. Subiu-me um ódio sem fim do vendedor, do fabricante, enfim de todos que pudessem ter contribuído com a venda desse automóvel. Comprei-o novo, fiz um check-up, e mesmo assim estava eu ali, idiota, inerte, no meio do nada com o carro quebrado. Alguém pagaria por essa situação...Tomei uma taça de vinho e comi algumas torradas com caviar. Peguei uma água mineral e fui andando em direção da construção que ao meu ver parecia algo como um arremedo de um posto de combustível.Soprava uma brisa forte e quente. Em verdade tinha uma construção de adobe caiado que um dia fora branco, e uma bomba de gasolina enferrujada. Um cheiro forte de camelos misturados com o bodum de cabras e ovelhas. Bati palmas e uns segundos depois um sujeito aparentando um metro e 60 com 90 quilos, apareceu, vestido em trapos sujos. Contei o ocorrido. Ele disse se chamar Aziz e pediu uns minutos pára pegar a caixa de ferramentas e examinar o carro.Eu o acompanhei, me dava arrepios, aquele sujeito suado, sebento e asqueroso sob todos os aspectos, usando um turbante imundo, mais para esconder a calvície, sujar meu carro sem a menor cerimônia. Depois de uma meia hora, ele chegou a conclusão que havia pane no sistema elétrico, disse uns nomes que não compreendi e por fim comprometeu- se a ir buscar a peça em El Qantara, mas antes iria ligar para saber se tinham e sugeriu que eu retornasse com ele para El Qantara, poderia ficar num hotel até que tudo resolvesse.Muito atrevido o sujeito, sugerir o que eu poderia fazer!Disse a ele que não. Eu esperaria no carro. Voltamos ao posto onde ele iria chamar a loja de peças. Enquanto isso fiquei ponderando o que fazer. Al Qantara estava a 120 km para trás, já eram 16 hs. Não daria tempo do sujeito ir lá comprar as peças e voltar antes do anoitecer. Nisso ouvi um barulho de carro chegando. Era um Rolls, antigo e em perfeito estado. Saltou dali um sujeito muito bem trajado em um terno cinza bem cortado, apostava ser um Armani e a gravata Hèrmes. Tinha 1.80 uns 85 kg, aparentando uns 38 anos, branco, mas as feições eram de árabe, não tinha dúvidas...O que um sujeito bonito, tão bem trajado faria num fim de mundo como aquele? Senti certa simpatia, o homem emanava finesse e fortuna uma boa combinação, mas ali? No deserto?Cumprimentou- me num inglês educado com um sotaque quase imperceptível, disse chamar-se Ariel Azir e viva em sua modesta residência que ficava logo atrás da colina. O sujeitinho gordo chegou-se e falou com o Ariel sobre o ocorrido. De pronto o moço me convido para passar aquela noite em sua residência. Disse que ficava lá poucas vezes no ano e seria muito agradável ter companhia. Certamente, no dia seguinte tudo estaria resolvido com meu carro e deu ordens, de forma solene, ao Aziz para assim que o carro ficar pronto para levá-lo para sua casa. Convidou-me a entrar em seu Rolls Royce e fomos até meu carro para buscar meus pertences que seriam úteis para uma noite na residência do Sr. Ariel.Passamos de volta pelo posto, Ariel se encarregou de tudo com Aziz e pediu desculpas pela aparência do árabe gordo e relaxado, como se tivesse alguma culpa por isso. Atrás da colina entramos numa estrada calçada com pedras irregulares, mas muito bem compactadas, era inacreditável a mudança de paisagem, a estrada estava ladeada por oliveiras e dos lados se via campos verdes e floridos como se fosse um oásis. Ao fim da estrada, chegamos ao portão de uma mansão de dois andares em estilo vitoriano, construção sólida, um pouco destoante da paisagem, mas de muito bom gosto.Contou-me no caminho, que todos os anos passava um mês naquela propriedade. Vivia em Mônaco, onde administrava vários empreendimentos, desde petróleo e derivados a produtos farmacêuticos por todos os continentes. Estudou em Oxford na Inglaterra e no MIT em Boston, EEUU. Estava muito feliz de poder receber-me em sua humilde casa, coisa muito rara nos últimos anos, já que ninguém se aventurava por aquela região. Muito educadamente não questionou o que eu estava fazendo ali. Por isso, expliquei-lhe que fazer aquele trajeto era uma curiosidade de infância, blá, blá, bla.Ele me ouviu com muita atenção e parecia que seu pensamento estava distante, no passado, relembrando coisas há muito perdidas no tempo. Confesso que comecei a sentir um pouco de simpatia por ele e aos poucos comecei a notar que estava gostando dele, de suas maneira finas, entretanto, firmes. De sua educação aplicada sem ser afetada. De sua maneira gentil sem ser afeminada. Odeio gente afeminada... Sentia certa atração... Acho que foi a Lei do Retorno, já que há muito menosprezava estrangeiros, principalmente em se tratando de sexo, sempre fui muito rigoroso e soberbo nesse tema. Mas Ariel tinha um charme, alguma coisa muito incomum, um certo mistério que atraia e traia minha vontade e minha libido. Olhei para suas mãos, eram fortes, másculas e bem cuidadas. Outra vez, de soslaio, olhei para o rosto de Ariel, de repente senti algo como um dejavu, conhecia aquele rosto de algum lugar! Discretamente observei seu baixo ventre e notei que tinha algo bem substancial ali dentro da calça. Dissipei esses pensamentos quando Ariel parou o carro e imediatamente três empregados estavam impecavelmente a postos para receber-nos.Enquanto entrávamos na mansão, vasculhava em minha memória, onde possivelmente já tinha visto aquele rosto. Ariel deu ordens aos empregados para acomodarem minhas coisas na suíte de hóspedes frisando que deixassem tudo impecável. Convidou-me a sala para tomar um brandy. Um esplendor de sala, lustres de cristais da checoeslováquia davam um toque extraordinário à decoração austera, mas de bom gosto. Móveis em mogno encerado em estilo clássico restituíam a imponência das paredes em tom pêssego opaco. Ariel convidou-me a sentar enquanto os empregados arrumavam tudo, desculpando- se dado que raramente tinha visitantes. Não conseguia encontrar uma imagem de onde poderia ter visto aquele rosto e também não queria insurgir com a indelicadeza de perguntar.Estava contando a Ariel que iria a Nova Iorque, logo que chegasse a Israel, quando um jovem em roupas de equitação entrou pela porta principal. Era uma cópia quase perfeita de Ariel, diferenciando apenas o tempo. O Jovem era lindo, um verdadeiro Adonis, pele branca um pouco ruborizada e neste momento então veio a lembrança. Eu conhecia o jovem e não ao pai. Tratava-se Nahed Azir Von Lichenstein, campeão mundial de esgrima. Tinha absoluta certeza disso, pois um dos meus "garotos" protegidos, freqüentava a Real Academia de Esgrima no The Royal Society of English Sports, custeado por mim, é claro, e esse garoto, tinha uma foto do campeão mundial em seu apartamento.O rapaz entrou apressadamente e ao deparar conosco, pediu desculpas ao pai, dizendo não saber que tinha visita. Ariel me apresentou. Como filho, cumprimentei ao tempo em que parabenizei pelo troféu do último campeonato mundial. O jovem me impressionou pela beleza, pelos gestos, e pela dicção perfeita com um leve acento de Oxford. Agradeceu e pediu licença para trocar-se e juntar-se a nós na seqüência.Perguntei se havia uma Senhora Azir e Ariel respondeu que infelizmente sua esposa, havia falecido há quatro anos, era sueca de descendência nobre, pertencia a Família Real Sueca. Entendi, portanto a cor da pele do rapaz. Não conseguia controlar ainda o sentimento de admiração que senti pelo rapaz, e não conseguia controlar o mesmo sentimento com relação ao pai do rapaz... Geralmente não me comportava assim, mas a situação era inusitada, para mim que sempre programava minhas ações, estava completamente intranqüilo com essa fraqueza.Ariel ao sinal do Criado, pediu-me para acompanhar o lacaio até a suíte, pediu muito gentilmente que eu me acomodasse bem e descansasse. As oito e trinta estaria no salão para um drink e uma volta pelo jardim antes do jantar.O lacaio me conduziu ao segundo andar, e no corredor logo à direita da escada levou-me a segunda porta. Pediu que eu o informasse de qualquer necessidade. Era só pressionar a sineta ao lado da cama. Pelo biótipo e sotaque, o criado era alemão Oriental, aparentava 35 anos, forte alto, loiro, olhos cinza, e o uniforme certamente escondia um físico vigoroso. Mas nada comparado a Ariel e ao seu filho.A suíte estava impecável, limpa ao extremo, um leve perfume oriental pairava no ar. Cortinas lindas cobriam a visão do jardim imenso e caro para ser mantido naquele clima. A cama king-size, macia e arrumada de maneira irrepreensível lembrava-me a cama doa suíte real do Astorg em Bruxelas.Abri a torneira da banheira deixando a água numa temperatura tépida, e utilizei os sais que estavam numa mesinha ao lado arrumados de maneira elegante, como se esperassem por alguém utilizá-los. Enquanto a água jorrava, explorei os detalhes da suíte, muito bem decorada e com um incrível Monet legítimo na parede em frente à cama. Um Monet numa suíte de hóspedes, que singular. No closet imenso, roupas sport, ternos, sapatos, roupas de baixo, incrivelmente do meu manequim. Alguns produtos de higiene pessoal, água de colônia, barbeadores, não faltava nada.Tomei um demorado banho, fumando um Dunhill, e em devaneio, acompanhava a fumaça seguir o caminho do exaustor no teto.Fiz toda a toalete e vesti-me com um roupão felpudo, macio e perfumado. Deitei-me um pouco e folheei algumas páginas do livro que estava na cabeceira, The Crown and Other Stories by Edgar Allan Poe. Que estranho, um livro desses, como cabeceira... Engano, ou alguém inadvertidamente colocou ali... Adormeci...Foi um soninho, na verdade, sem sonhos. Acordei completamente atônito, sem saber exatamente onde estava. Segundos depois já me localizava, outra vez. Vesti-me não muito formal para jantar e nem demasiado informal para o drink e o passeio pelo jardim, o qual fora convidado por Ariel.Desci as escadas e lá estavam os dois, pai e filho. À distância pareciam irmãos gêmeos. Aproximei dos dois e Ariel já me alcançava um brandy. Nahed cumprimentou- me inclinando a cabeça e senti um sorriso maroto no canto dos lábios. Ariel com um certo brilho excitante no olhar. Será? Senti que os dois estavam me cortejando. Ariel apertou minha mão demoradamente, não largou enquanto não terminou a frase, explicando que tinha uns papéis para revisar e Nahed iria me fazer companhia e mostrar o jardim e casa, enfim ser o meu anfitrião até o jantar. Tive a impressão que ele apertava minha mão de forma diferente. Uma mão morna e macia e ao mesmo tempo forte, máscula. Senti um arrepio de excitação, só com isso. Imagine tê-lo na cama. A formalidade da ocasião impedia qualquer outro comentário mais apimentado, acerca de mulheres, sexo ou coisa que o valha. Soltou minha mão e Nahed por sua vez me pegou pelo braço, no sentido de conduzir-me ao jardim. Também notei que a pressão que fazia em meu braço era distinta, como se de maneira involuntária estivesse massageando meu braço sob a roupa. Discretamente olhei o conjunto da figura do rapaz. Incrivelmente belo. Sua calça bege de tecido fino delineava um volume que colocava o seu pênis em auto relevo, tive a impressão que ele estava excitado. Foi só impressão, conforme andamos pude notar que não tinha a consistência dura, e sim macia, portanto não estava excitado. Se não estava, então quando excitasse que tamanho teria aquele instrumento? O conjunto da beleza do rapaz dispensava exageros, mas se assim era, que feliz seria sua namorada e digo namorada porque não imaginava outra coisa a não ser os dois serem tradicionalmente héteros.Passeamos pelo belíssimo jardim e Nahed me explicava que aquela casa tinha sido um capricho do avô, que há tempos morrera, mas que fez questão de construir um palácio como aquele no lugar onde tinha nascido. A propriedade era imensa. Tirante a casa o jardim e um pequeno pomar e uma área de criação de pequenos animais o restante era puro deserto que guardava nas profundezas um imenso campo de petróleo que seu pai iria explorar somente na última crise da OPEP. Guardava esse campo para tempos difíceis e quando a carência transformasse o petróleo em produto a peso de ouro.Em determinado momento, colocou sua mão sobre meu ombro e apontou para a imensidão do deserto, senti outra vez que o toque de sua mão era diferente, como que um chamamento esperando uma resposta. Uma resposta que eu não sabia dar. Não tinha traquejo para esse tipo de situação. Sempre paguei para meu prazer e sempre me horrorizei com envolvimentos. Mas ali, aquele rapaz, tudo era como em outro mundo, um mundo onde eu não tinha a menor idéia de como me comportar adequadamente. Meia hora de passeio foi suficiente para que Nahed mostrasse itens interessantes do jardim e retornamos à mansão. A temperatura baixava e sentia uma brisa fresca balançando as árvores, muitas delas, exóticas, ou todas elas exóticas, já que na região não existia sequer gramíneas.Na ante-sala, Nahed me indicou uma poltrona confortabilíssima, e me ofereceu mais um brandy, que aceitei imediatamente. Sentou-se a minha frente de forma que podia ver desenhado em sua calça o melhor exemplar de pênis que já tinha visto em toda minha vida. Não conseguia evitar o olhar de vez em quando tentando fugir da percepção do meu interlocutor. Contou-me dos seus planos para o próximo mundial de esgrima, o qual seria seu último, não por incapacidade física, e sim pela exigência que seu pai fazia em relação a ele começar a administração da Holding. Não falamos de mulheres. Discretamente Nahed pressionava seu pau com o cotovelo. Eu tinha a forte impressão que ele fazia para me provocar.Ficamos ali bebericando, falando de lugares que visitamos, países, etc isso durou uns dez minutos até que Ariel sentou-se em outra poltrona a minha frente e da mesma forma que o filho, expunha um belo volume em auto relevo para eu admirar. Parecia uma conspiração. Ariel pediu desculpas pelo inconveniente de não estar junto conosco, mas que em vinte minutos iria mandar servir o jantar e se isso estivesse bom para mim. Claro que não contestei, só concordei. Contei um pouco dos meus empreendimentos, da minha rede de revendedora de equipamentos superpesados, e dos estaleiros que tinha em Creta. Ariel se interessou pelo assunto e gentilmente me forneceu um cartão. Disse que um representante seu iria me contatar em Nova York para tratar de negócios. Ele estava querendo fechar uma carga de um supernavio para levar equipamentos e partes metálicas de uma ponte na América do Sul, em Buenos Aires, numa ligação Montevideo-Buenos Aires por auto estrada sob o mar. Recebi o cartão e concordei em receber seu representante em quinze dias, quando teria todo o levantamento de disponibilidade de um supercargueiro. Conversamos amenidades até que o Valete nos veio comunicar que o jantar estava pronto para ser servido.À mesa foi servida a entrada exótica que não imagino o que seja e tão pouco perguntei. O prato principal foi cordeiro ao vinho e salada plissé, legumes e chiitake com um bom molho de cogumelos do sol. Vinho de primeiríssima e um cheese cake divino na sobremesa.Quase não falamos no jantar, apenas elogiei o Cheff e Ariel pediu ao Valete que o trouxesse para apresentar-me. Tratava de M. Volois, cheff famoso na Europa, mas muito esnobe e afetado para meu gosto. Cumprimentei com formalidade e elogiei sua comida. O antipático, com ar esnobe, apenas inclinou a cabeça, de forma afetadíssima e retirou-se. Já conhecia o tipo. O tamanho da sua afetação era proporcional a excelente comida que preparava.Deixamos a mesa e fomos à sala de fumar. Ariel me ofereceu um licor, outro para Nahed e ofereceu um cubano, o qual declinei para fumar outro Dunhill. Que pecado, cometava ele, trocar um Cubano por um cigarro! Contei a ele minha antipatia por charutos e tudo que se referisse a Cuba. Bom, cada um com suas loucuras, disse isso com um sorriso malicioso nos olhos.Ariel me contou que enquanto eu descansava, ele providenciou a vinda da peça do meu carro e ordenou a vinda imediata de um mecânico do Cairo, que certamente iria trabalhar desde o momento que chegasse e não importava o momento, para o carro estar pronto pela manhã. Não que ele quisesse que eu partisse, mas pelo que tínhamos conversado, sabia dos meus compromisso. E também, logo estaríamos nos vendo em outra oportunidade, em negócios. Ariel fez intenção de recolher ao seu aposento e ia chamar um dos lacaios para conduzir-me a minha suíte quando Nahed interrompeu e disse que iria conduzir-me pessoalmente. Agradeci a gentileza, já estava tarde e fiz intenção de então me retirar e Nahed me acompanhou gentilmente as escadas e até a porta do meu aposento. Despediu-se dando boa noite e outra vez senti sua mão pressionar suavemente meu ombro.Pensei em travar minha porta, mas sentindo alguma esperança de ter um dos dois deixei destravada.Após despir-me e após outra ducha deitei-me cobrindo apenas com um lençol fino o meu corpo completamente desnudo. O silêncio era total, podia ouvi-lo. Fechei a cortina e desliguei a luz de cabeceira. Dormi como um anjo.Acordei na escuridão sentindo um arrepio, fiquei um tempo paralisado, alguém, um homem, estava sobre mim, lambendo minhas costas, bem ao centro, na coluna, aumentava meus arrepios e proporcionava uma sensação gostosa me fazia arrepiar, permaneci como se dormindo estivesse, só sentindo aquela língua trabalhar, deslizando suavemente em minhas costas, foi descendo até minhas nádegas e entrava assanhadamente em meu ânus. Nunca tinha sentido tamanha sensação – as mãos abriam minhas nádegas e eu completamente relaxado permitia a entrada da língua em meu cu. Que língua vigorosa, tão vigorosa que sentia ela entrando toda como um falo em meu rabo, macia e suculenta. Senti o cheiro do perfume discreto do Nahed, era ele! Mas recordei-me que Ariel usava o mesmo perfume! Será? Qual dos dois estava ali trabalhando com aquela língua deliciosa fodendo meu cu?Virou-me de frente e com a escuridão, não sabia distinguir qual dos dois estava ali. Tentei esticar os braços para acender o abat-jour, mas ele me impediu segurando minha mão.. Beijou-me demoradamente e eu retribui abraçando-o e correspondendo seu beijo. Descia a língua até meu pescoço e de lá até meus mamilos para mordiscá-los. Sentia seu pau esfregando por meu corpo, estava enorme e pulsante. Virou-se para fazer um 69 quando engoli aquele cacete quente e duro, palpitando em mina boca num vai e vem quase se encostando a minha garganta e deixando-me sem ar. Mamava minha pica magistralmente também, engolia as duas bolas de uma só vez ao tempo que massageava deliciosamente meu esfíncter com dois dedos. Colocou-me de frango assado, mas de forma que meu cu ficou apontando para o teto e de costas para mim meteu toda a rola sem dó, sentia meu cu alargar até o limite de fissurar, mas o prazer intenso não permitia que eu deixasse de sentir aquele taco de músculo pulsante dentro de mim. Sentia o calor do pau dentro do meu rabo, era como se ele estivesse em brasa, nas estocadas mais suaves diferenciava a proporção da cabeça do pau em relação ao restante ate enterrar tudo e sentir suas bolas baterem em minha bunda, me contorci para agarrá-lo pela cintura e lamber seu cu enquanto embuchava aquela monstruosidade em meu rabo. Sentia dor, e olha que estava acostumados com meus garotos dotados e escolhidos a dedo, senti que ele iria explodir sua porra dentro de mim, mas ele tirou o pau e deixou a cabeça apontando para a cratera que ele transformou meu cu e senti os jatos de porra, fortes e quentes entrando em meu rabo e escorrendo para fora. Depois de esgotar tudo como numa ordenha ele ainda meteu um pouco mais até retirar o membro ainda grande, porém flácido. Deitou-se ao meu lado e por mais que minha visão tenha acostumado-se a escuridão, ainda não distinguia qual dos dois poderia ser – pai ou filho. Tentei falar algo, mas ele interrompeu com a mão em minha boca como que suplicando silêncio. Coloquei minha cabeça em seu peito peludo e mamava suas tetas segurando seu pau até sentir sinais de reanimação. Não tinha coragem suficiente para olhar de perto aquele instrumento de prazer, mas sentia que mesmo meio flácido mal fechava minhas mãos para segurá-lo. Ele reanimou-se, e virou-se de frente para mim em outro 69, engoli sua pica ainda um pouco flácida, era uma experiência deliciosa ter toda aquela geba em minha boca, mas aos poucos, conforme endurecia afastava-me da base ficando somente com a cabeça entre céu da boca e a língua, nisso senti que ele pegou algo no tapete ao lado da cama. Senti massagear meu rabo com um creme e em seguida senti que ele introduzia um membro artificial descomunal em meu cú, tentei segurá-lo e conquistei. Era um consolo em formato de pênis pela espessura devia ter o diâmetro duas vezes maior que o pau dele. Era feito, e senti pelo tato, de uma borracha macia, mas mesmo assim me apavorei. Ele tinha prendido meus ombros com suas pernas, me deixando imobilizado. Com um braço segurava minhas costas e comprimia minha perna direita e co a outra mão exercitava a entrada do consolo em meu cu besuntado não sei de que. Ele fazia movimentos com o tórax que movimentava meu pau de tal forma como se eu estivesse esfregando-me. Forçava o consolo, sentia que iria me arrebentar, eu com quase todo o pau dele em minha boca quase não respirava, mas sentia a loucura do prazer daquele momento. Resolvi não impor resistência, seria um sofrimento menor. Ele percebeu e forçou mais ainda a entrada do consolo até que entrou rasgando meu rabo adentro. Não acreditava, o anelzinho que um dia fora anelzinho devia estar esticado até o ponto de arrebentar. Ele puxava o consolo e emburrava outra vez. Ele tinha a visão do que estava fazendo e assim, eu vendo estrelas e ele vendo aquela tora romper meu cu, gozou em minha boca, ainda jatos fartos de porra que parcialmente engoli, com meu pau comprimindo em seu peito peludo e os movimentos que ele produziu, gozei imediatamente, meu cu tentava piscar quando eu gozava, mas o consolo imenso impedia isso. Ele devagarzinho foi retirando o consolo, senti uma sensação de vazio e pensava que de agora em diante teria que procurar somente rapazes ultra bem dotados. Sentia uma dor fina no rabo e imaginava a cratera em que tinha se convertido. Ele outra vez pegou algo no chão e besuntou quase com a mão as paredes no meu cu, comecei a sentir um alívio imediato. Era, certamente algum tipo de anestésico. Fiquei ali na cama deitado, inerte e vulnerável depois da melhor experiência de minha vida. Ele levantou-se, ainda de costas recolheu seus objetos e saiu da suíte.Adormeci outra vez.Acordei cedo, sentindo o cheiro de sexo no ar misturado com o perfume do Nahed ou do Ariel. Quem seria? Pensei em descobrir esse mistério no café da manhã, tinha que haver um sinal de algum deles.Levantei-me sentindo um desconforto imenso no rabo. Notei que no tapete persa ao lado da cama havia um tubo, verifiquei tratar-se de anestésico local. Tomei uma ducha demorada, fazendo uma toalete completa. Vesti-me com roupas claras e leves e desci para o café, encontrando o valete no caminho que estava dirigindo-se a minha suíte para avisar do café.Pai e filho estavam na ante sala sentados confortavelmente nas poltronas francesas, o pai lia o Times e o filho The Economist, ambos interromperam a leitura com minha chegada. Imediatamente chegou um lacaio com um suco de laranja e um café. Aceitei só o suco.Ariel e Nahed me convidaram simultaneamente à mesa de café numa espécie de varanda envidraçada, com pequenas venezianas para passagem de ar. O jardim florido com papoulas e azaléias dava um tom primaveril naquele ambiente. O sol iluminava entre nuvens, de forma que o ambiente estava perfeitamente iluminado. A mesa era farta, escolhi pãezinhos de leite com pateé, um suco torradas ovos mexidos. Nahed tagarelava sobre o próximo mundial de esgrima quando Ariel interrompeu para me avisar que assim que terminasse o café poderia despedir-me à hora que achasse melhor. O automóvel já estava pronto, era só descer a bagagem. Procurava falar olhando nos olhos de cada um para ver algum sinal da noite anterior. Sorria maliciosamente para os dois na tentativa de obter uma resposta. Nada. Nada de incomum naqueles dois. Isso estava me enlouquecendo e me desconcertando quando Ariel perguntou. Dormiu bem à noite? Algum incômodo? Eu fui pego de surpresa com essa pergunta e titubeei a resposta, sim er bem, sim passei bem, dormi bem. Ariel continuou. Eu esqueci de pedir para trancar a porta do quarto quando se retirasse para dormir. Sim? Disse eu. Porque? Algum perigo? Não. Ai olhei com malícia para Nahed, certamente foi ele. O que passa, continuou Ariel é que tenho outro filho, Murad, irmão gêmeo de Nahed. Ele nunca sai durante o dia. Nos viemos aqui, nesta propriedade somente por ele. Esta com pouco tempo de vida, ainda não aparentava nada, mas sofre do mais terrível e raro tipo de lepra, extremamente contagiosa. Como nunca recebemos visitas, durante a noite o deixamos vagar pela casa. Por vontade própria ele não sai do quarto durante o dia, só quando estamos fora. Todos trancam as portas, inclusive os criados, pois já houve caso de um jovem que por aqui passou, foi molestado por ele. E inadvertidamente também foi contaminado com essa terrível enfermidade. Felizmente, nada aconteceu contigo...


Fiquei olhando as azaléias sem acreditar no que estava ouvindo...